A ocupação dos Campos Gerais do Paraná, ocorreu a partir do início do
século XVIII, com o ciclo do tropeirismo, visto que, no período
anterior, o território era ocupado por índios dos troncos lingüísticos
tupi e gê e que os primeiros caminhos seguindo, os vales dos rios e as
trilhas dos índios, tornaram-se as veredas da civilização.
Os caminhos eram muitos, trilhas cortavam a terra, do Atlântico ao Pacífico e conhecidos pelos nativos.
A principal chamava-se Peabiru. Esses caminhos provavelmente foram
usados pelos espanhóis, portugueses, colonizadores e jesuítas, que
acompanhados por batedores índios pararam naquele sítio mais tarde
conhecido como Vau do Iapó.
Pelo regime sesmarias, a Coroa Portuguesa concedia vastas extensões
de terras às famílias que pretendessem aqui se fixar. O primeiro
requerimento dessa natureza, feito por Pedro Taques de Almeida, data de
19 de março de 1704.
Para realizar o trabalho de desbravamento, disputando o território
com índios bravios, o sesmeiro contava com um grupo de pessoas formado
por famílias, parentes, agregados, índios amansados e escravos de origem
africana.
Por um lado, as atividades econômicas das Capitanias do Norte criaram
grande demanda de gêneros alimentícios e de transporte. Ao sul do
continente, Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, existia grande
quantidade de animais (bovinos, eqüinos, muares) desfrutando as ricas
pastagens. Como conseqüência natural dessa demanda ao Norte e oferta ao
Sul, foi aberto o "Caminho das Tropas", permitindo o transporte desses
animais, por terra, das regiões de origem aos centro consumidores. Ao
longo dessa rota, formaram-se pousos de tropeiros que iriam dar origem
aos povoados.
A abundância de pastagens em forma de campos nativos e de capões de
mato de florestas araucária favorecia a atividade pastoril, atraindo os
criadores de gado bovino e tropeiros.
O Rio Iapó, por sua característica de tornar-se alagado, obrigava os
tropeiros em trânsito a acampar e esperar. Desse modo, formou-se o Pouso
do Iapó, no vau (trecho raso do rio) de baixo. No vau de cima, poucos
quilômetros distante, construiu-se a capela em louvor a Santo Antônio.
Essa paragem, conhecida como Capão Alto, tornou-se propriedade dos
religiosos da Ordem dos Carmelitas, fato que propiciou o crescimento de
outro pouso rio abaixo. Assim, o antigo Pouso do Iapó evoluiu para a
categoria de Freguesia de Sant'Ana do Iapó a partir de 1774, quando foi
construída a primeira capela com esse nome. A elevação da Vila Nova de
Castro ocorreu em 20 de janeiro de 1789, em homenagem a Martinho Mello e
Castro, então Secretário dos Negócios Ultramarinos. Na época da
instalação da Província do Paraná, em 19 de dezembro de 1853, Castro
figurava em segundo lugar em contingente populacional, com 5899
habitantes.
A Vila Nova de Castro foi elevada à categoria de cidade em 21 de
janeiro de 1857, sendo considerada a primeira cidade instituída no
Estado, após a instalação da Província do Paraná.
Por ocasião da Revolução Federalista, o Dr. Vicente Machado
transferiu para Castro a capital do Estado sob o Decreto 24 de 18 de
janeiro de 1894, sendo revogado em 29 de abril do mesmo ano. Portanto,
Castro foi Capital do Estado por 3 meses e 11 dias.
Colonizações
Um dos fatores significativos no desenvolvimento do município
relaciona-se com a fixação de imigrantes holandeses, alemães e
japoneses, além dos poloneses, ucranianos, italianos e árabes.
Estes grupos contribuíram para a formação sociocultural da população
castrense, que mantêm ainda tradições, através dos usos e costumes e de
suas manifestações folclóricas.
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