Crime político à americana
O assassinato de Lincoln por um radical racista foi uma vingança pela derrota dos escravocratas do Sul na Guerra Civil americana
por José Chrispiniano
Comparada com a segurança atual em torno do
presidente dos Estados Unidos, o que impressiona na morte de Abraham
Lincoln foi a facilidade encontrada pelo seu assassino naquela
sexta-feira, 14 de abril de 1865.
John Wilkes Booth não teve qualquer dificuldade em alcançar o presidente no Teatro Ford, mesmo sendo público seu apoio aos confederados e o seu ódio pelo presidente.
Em 11 de abril, após assistir um discurso onde Lincoln defendeu o direito de voto aos ex-escravos, escreveu em seu diário: “Com nossa causa quase perdida, algo decisivo e grandioso tem de ser feito”.
John Wilkes Booth não teve qualquer dificuldade em alcançar o presidente no Teatro Ford, mesmo sendo público seu apoio aos confederados e o seu ódio pelo presidente.
Em 11 de abril, após assistir um discurso onde Lincoln defendeu o direito de voto aos ex-escravos, escreveu em seu diário: “Com nossa causa quase perdida, algo decisivo e grandioso tem de ser feito”.
A morte do presidente fazia parte de um plano
maior, que pretendia vingar o sul do país e estender a Guerra Civil
(1861-1865). Os conspiradores planejavam matar mais três pessoas naquela
noite: o vice-presidente Andrew Johnson, o secretário de Estado,
William Seward, e o secretário de Guerra, Edwin Stanton.
Apenas o atentado de Booth deu certo. Sua fuga com os comparsas John Surrat e David Herold durou 12 dias, até ele ser cercado e morto em um incêndio numa fazenda da Virgínia.
Após viver a vida inteira em teatros, Booth trouxe para o palco da história americana o assassinato político, que se tornaria tragicamente comum no século XX, com as mortes de John Kennedy, de seu irmão Robert, e dos líderes negros Martin Luther King e Malcom X. Certamente Booth não ficaria nada feliz com a possível eleição de Barack Obama como o primeiro negro a presidir os Estados Unidos.
Apenas o atentado de Booth deu certo. Sua fuga com os comparsas John Surrat e David Herold durou 12 dias, até ele ser cercado e morto em um incêndio numa fazenda da Virgínia.
Após viver a vida inteira em teatros, Booth trouxe para o palco da história americana o assassinato político, que se tornaria tragicamente comum no século XX, com as mortes de John Kennedy, de seu irmão Robert, e dos líderes negros Martin Luther King e Malcom X. Certamente Booth não ficaria nada feliz com a possível eleição de Barack Obama como o primeiro negro a presidir os Estados Unidos.
CHRISPINIANO, José. "Crime político à america". In: História Viva, n. 60, Outubro de 2008.
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