segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Guerra Civil Americana

Crime político à americana
 
O assassinato de Lincoln por um radical racista foi uma vingança pela derrota dos escravocratas do Sul na Guerra Civil americana

por José Chrispiniano
 
Comparada com a segurança atual em torno do presidente dos Estados Unidos, o que impressiona na morte de Abraham Lincoln foi a facilidade encontrada pelo seu assassino naquela sexta-feira, 14 de abril de 1865.

John Wilkes Booth não teve qualquer dificuldade em alcançar o presidente no Teatro Ford, mesmo sendo público seu apoio aos confederados e o seu ódio pelo presidente.

Em 11 de abril, após assistir um discurso onde Lincoln defendeu o direito de voto aos ex-escravos, escreveu em seu diário: “Com nossa causa quase perdida, algo decisivo e grandioso tem de ser feito”.
 
A morte do presidente fazia parte de um plano maior, que pretendia vingar o sul do país e estender a Guerra Civil (1861-1865). Os conspiradores planejavam matar mais três pessoas naquela noite: o vice-presidente Andrew Johnson, o secretário de Estado, William Seward, e o secretário de Guerra, Edwin Stanton.

Apenas o atentado de Booth deu certo. Sua fuga com os comparsas John Surrat e David Herold durou 12 dias, até ele ser cercado e morto em um incêndio numa fazenda da Virgínia.

Após viver a vida inteira em teatros, Booth trouxe para o palco da história americana o assassinato político, que se tornaria tragicamente comum no século XX, com as mortes de John Kennedy, de seu irmão Robert, e dos líderes negros Martin Luther King e Malcom X. Certamente Booth não ficaria nada feliz com a possível eleição de Barack Obama como o primeiro negro a presidir os Estados Unidos.
 
CHRISPINIANO, José. "Crime político à america". In: História Viva, n. 60, Outubro de 2008.
 
 
 



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